Itaú compara trabalhadores a capivaras, fecha agências e lucra bilhões

O Itaú divulgou internamente um vídeo de “programa de incentivo” em que seus trabalhadores são tratados como capivaras, apresentados como “agente de negócios” ou “líder de tesouraria”. A tentativa de suavizar a cobrança com humor apenas escancara o desrespeito institucional. O que parece brincadeira é, na verdade, humilhação. A mensagem simbólica é clara: os trabalhadores são vistos como peças substituíveis, domesticadas, sem voz.
Em Feira de Santana, essa postura encontra eco no fechamento da agência da Avenida Maria Quitéria. A medida deixou bancários e terceirizados sem emprego. Não se trata de um caso isolado, mas de uma estratégia contínua de encolhimento da rede, que sobrecarrega ainda mais quem permanece nas agências.
O contraste com os resultados financeiros é brutal. No primeiro semestre de 2025, o banco registrou 22,6 bilhões de reais em lucro líquido gerencial, alta de 14,1% em relação ao ano anterior. No mesmo período, fechou 223 agências e eliminou 518 postos de trabalho. É a prova de que os cortes não têm relação com sustentabilidade ou inovação, mas com a busca incessante por lucros cada vez maiores, mesmo às custas da dignidade dos trabalhadores.
O Itaú precisa ser cobrado por essa incoerência. Não há inovação em reduzir trabalhadores a caricaturas de capivara. Há, sim, a manutenção de uma política que desumaniza, corta empregos e fecha agências enquanto anuncia lucros recordes. Quem garante esses resultados não são animais de meme, mas trabalhadores reais que merecem respeito.
Por João França
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