Bradesco fatura alto e reduz atendimento à população

O Bradesco registrou um lucro líquido recorrente de R$ 11,931 bilhões entre janeiro e junho de 2025, uma alta de 33,7% em relação ao mesmo período de 2024, e crescimento de 3,5% sobre o primeiro trimestre do ano. A rentabilidade também avançou, com o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) chegando a 14,6%, impulsionado pelo forte desempenho das receitas, que totalizaram R$ 34 bilhões no trimestre.

 

Apesar dos resultados expressivos, a instituição segue promovendo cortes de funcionários e encerramentos de pontos de atendimento. Até junho de 2025, o grupo contava com 82.147 funcionários, sendo 70.724 no banco, o que representa uma redução de 2.564 postos de trabalho em 12 meses – inclusive 1.218 desligamentos só no último trimestre.

 

Nesse período de um ano, o Bradesco também encerrou 342 agências, 1.067 postos de atendimento (PA e PAE) e 127 unidades de negócios, intensificando os impactos negativos sobre o atendimento à população, especialmente em regiões com menor acesso aos serviços bancários .

 

Ao mesmo tempo, a expansão da carteira de crédito expandida ultrapassou R$ 1 trilhão em junho, com crescimento de 11,7% em doze meses e 1,3% no trimestre . A carteira pessoa física subiu 15,9%, totalizando R$ 442,4 bilhões, e o segmento pessoa jurídica avançou 8,6%, alcançando R$ 576 bilhões. A inadimplência caiu levemente, ficando em 4,1%, com uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao ano anterior .

 

Representantes sindicais criticam a postura do banco: ressaltam que, apesar da cobertura da folha salarial por tarifas e serviços – as receitas secundárias cresceram 5,3%, somando R$ 15 bilhões, suficientes para cobrir 115,8% das despesas com pessoal, o Bradesco segue restringindo emprego e atendimento presencial, priorizando a rentabilidade .