NOTÍCIAS - 01/08/2025

Menos empregos e mais adoecimento entre os bancários

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), referentes aos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander) mostram um cenário preocupante. O número de bancários afastados por transtornos mentais cresceu 168% em dez anos, passando de 5.411 em 2014 para 14.525 em 2024. No mesmo período, 88.165 postos de trabalho foram eliminados, aumentando a sobrecarga para quem permanece nas agências e elevando o risco de adoecimento.
 
Os dados do INSS reforçam a gravidade da situação. Entre as licenças concedidas, 34,5% foram motivadas por transtornos de ansiedade, 24,8% por estresse grave e adaptação, 24,1% por episódios depressivos e 11,2% por depressão recorrente. A rotina de pressão constante e cobrança por metas agressivas tem se mostrado um ambiente nocivo à saúde dos trabalhadores.
 
Mesmo diante de números tão claros, os bancos resistem em reconhecer a relação entre o adoecimento e as condições de trabalho. Para muitas instituições, admitir esse vínculo significaria um risco à lucratividade, o que, segundo os sindicatos, revela uma postura negligente com a saúde da categoria.
 
O cenário revela uma contradição preocupante: menos postos de trabalho e mais sintomas físicos e mentais entre os bancários. Para romper esse ciclo, o movimento sindical defende medidas urgentes como a redução de metas abusivas, combate ao assédio moral e criação de políticas eficazes de prevenção e cuidado com a saúde dos trabalhadores.

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