Itaú fecha mais uma agência em Feira de Santana

A política de fechamento de agências do Banco Itaú atinge mais uma vez a população de Feira de Santana. A instituição comunicou que encerrará, no dia 20 de julho, as atividades da unidade localizada na Avenida Maria Quitéria. É a segunda agência desativada na cidade em menos de dois anos, já que, em 2023, o fechamento ocorreu em uma unidade na Avenida Presidente Dutra.
A medida representa mais um ataque ao emprego e ao atendimento bancário presencial, que continua sendo essencial para grande parte da população, sobretudo idosos e pessoas com menor familiaridade digital.
Em declarações à imprensa local, o presidente do sindicato, Eritan Machado, destacou que os impactos vão além dos bancários do quadro fixo:
“Os vigilantes, os trabalhadores da copa e da limpeza serão demidos e, infelizmente, não devem ser absorvidos por outras unidades. Além disso, há um clima de insegurança entre os bancários que continuam trabalhando, sem saber se também terão seus postos extintos”, disse o Eritan.
Ainda segundo o sindicalista, a justificativa de “reestruturação” usada pelo Itaú não se sustenta diante dos números apresentados pelo próprio banco. O Itaú lucrou R$ 11,128 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2025. Isso equivale a aproximadamente R$ 124 mil por minuto (considerando 43.200 minutos em um mês), ou R$ 3,7 mil por segundo. Apenas 1 dia desse lucro dá para comprar 37 residências populares a R$ 300 mil cada. “É evidente que não se trata de crise financeira, mas de uma estratégia de corte que penaliza trabalhadores e a população”, criticou.
Com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 22,5%, o Itaú ultrapassou seus concorrentes diretos, como o Santander (17,4%) e o Bradesco (14,4%). No Brasil, a operação da instituição apresentou ROE ainda maior: 23,7%.
Para o sindicato, esses dados confirmam o que já era evidente: o fechamento de agências não tem relação com dificuldades financeiras, mas sim com uma lógica de maximização do lucro às custas da precarização do trabalho e do esvaziamento do atendimento físico à população.
Feira de Santana não é um caso isolado. Em Salvador, três agências do Itaú estão sendo desativadas só em 2025. A unidade de Brotas foi fechada em 25 de junho. As do Cabula e do Imbuí têm encerramento previsto para 16 de julho.
Em todo o Brasil, a política de cortes é ampla: 219 agências físicas foram fechadas em 2024. Embora o banco afirme ter criado vagas, o último trimestre do ano passado registrou o encerramento de 635 postos de trabalho.
Além das demissões diretas, o sindicato alerta para as consequências subjetivas dessa política: o aumento do adoecimento psicológico entre os trabalhadores bancários, que convivem com medo constante de cortes e são sobrecarregados com a migração forçada de demandas para menos agências.
O Sindicato dos Bancários de Feira de Santana continuará pressionando e se mobilizando para reverter a decisão de fechamento.
Funcionários do BB rejeitam proposta ...
Consulta Nacional até sexta-feira. Pa...
Trabalho bancário é o que mais adoece...