Trabalho bancário é o que mais adoece na Bahia

O alarme do adoecimento da categoria bancária soa cada vez mais alto. Segundo dados do Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, o setor bancário apresenta o maior percentual de auxílios concedidos por doenças ocupacionais no estado da Bahia, com 24,3% registrados entre 2019 e 2024. Os dados indicam que o ambiente de trabalho bancário vem se configurando como um espaço de deterioração da saúde em todos os âmbitos.

Nos bancos múltiplos com carteira comercial, 12,4% das assistências foram geradas por doenças diretamente relacionadas às condições laborais: a síndrome do túnel do carpo responde por 53,3%, os transtornos osteomusculares por 23,0% e os transtornos mentais por 20,3%. A função mais atingida foi a de gerente de contas de pessoa física e jurídica, com 19,0%, demonstrando que os impactos não se restringem às atividades operacionais, mas se espalham por todo o setor.

Em relação aos transtornos mentais, os dados revelam que os afastamentos ocorrem principalmente em razão de transtornos ansiosos (49,5%) e depressão (27,1%). As funções mais afetadas nesse grupo são a de escriturário (31,1%) e, novamente, a de gerente de contas (23,2%), o que sugere que a pressão cotidiana tem se traduzido em impactos diretos à saúde psicológica dos trabalhadores.
 

Mesmo com esses indicadores preocupantes, muitos casos permanecem fora das estatísticas oficiais. Há funcionários que, mesmo adoecidos, seguem em atividade sem o devido reconhecimento de sua condição, o que aponta para um cenário ainda mais grave do que expõem os números.

Diante disso, é urgente que as instituições financeiras reconheçam a gravidade do cenário e adotem medidas que coloquem a saúde como eixo central de suas práticas de gestão. O Sindicato dos Bancários da Bahia atua nessa frente por meio do seu Departamento de Saúde, com ações contínuas de conscientização, prevenção e combate ao adoecimento físico e mental da categoria.