NOTÍCIAS - 09/07/2025

Bancários denunciam terceirização fraudulenta no Santander

Representantes de entidades sindicais de todo o Brasil participaram de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, na quinta-feira (3/7), para denunciar a terceirização fraudulenta praticada pelo Santander. A audiência foi convocada pela deputada Erika Kokay (PT-DF), atendendo à solicitação do movimento sindical, em especial, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

O debate contou com ainda com a participação de representantes do Ministério Público do Trabalho. O Santander foi convidado, mas não compareceu e enviou apenas um comunicado, afirmando que está agindo legalmente.

Durante a audiência, os trabalhadores denunciaram as contratações fraudulentas dentro do próprio conglomerado do banco espanhol, com impacto direto sobre os direitos da categoria bancária e os serviços prestados à população. Nos últimos cinco anos, o Santander criou ou adquiriu mais de 30 empresas, que têm contratado trabalhadores para exercer funções típicas da atividade bancária, como a venda de produtos financeiros, mas sem que esses profissionais sejam reconhecidos como bancários. Em uma flagrante tentativa de burlar os direitos da categoria.

A terceirização interna adotada pelo Santander também está ligada ao fechamento de agências físicas. De acordo com dados apresentados pelas entidades sindicais, mais de 450 unidades do banco espanhol foram encerradas nos últimos três anos em todo o país, especialmente em regiões do interior.

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A Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe foi representada no evento pelos diretores Erivaldo Sales, Francisco André Vieira, e José Antônio dos Santos, que participou da mesa de condução da audiência. O diretor do Sindicato da Bahia Adelmo Andrade também esteve presente no debate.

Em sua fala, José Antônio destacou a falta de respeito do banco Santander com o Parlamento Brasileiro, com a Câmara de Deputados Federais. Destacou também a falta de respeito do Santander com seus funcionários, com seus clientes, inclusive com os funcionários terceirizados pelo próprio banco, além da falta de respeito com os brasileiros, na medida em que, o banco espanhol mesmo com a lucratividade de quase R$ 14 bilhões em 2024, implementa uma política perversa de terceirização que na avaliação do movimento sindical é uma contratação fraudulenta.

“Isto tem um impacto muito grande no emprego bancário, como também no atendimento à clientela, inclusive na questão do sigilo bancário. Isto tem acarretado a diminuição de bancários no Brasil e o fechamento de agências, prejudicando a população de uma forma geral, que precisa dos serviços presenciais para resolver as suas demandas”, destacou José Antônio do Santos, que integra a COE.

Entre os encaminhamentos da reunião, ficou a acertada a realização de audiências públicas semelhantes em diversas regiões do Brasil. Na Bahia, a Feebbase e os sindicatos estão articulando uma audiência pública na Assembleia Legislativa, prevista para acontecer na primeira quinzena de Agosto.

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