Bancos eliminaram mais de 8,8 mil empregos até setembro

Enquanto outros setores da economia contratam, o setor bancário segue fechando agências e postos de trabalho. Entre janeiro e setembro, os bancos eliminaram 8.807 postos de trabalho, sendo 1.866 somente em setembro, um dos piores resultados mensais desde 2020. Os dados são do Dieese, com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O resultado reflete, em grande parte, as demissões em massa promovidas pelo Itaú, que impactaram diretamente o saldo negativo do período.
Desde o início da série histórica do Novo Caged, em janeiro de 2020, o setor bancário acumula perda de 23,8 mil vagas, resultado de sucessivas reestruturações e mudanças no modelo de atendimento. Em contrapartida, a Caixa Econômica Federal tem sido exceção, com saldos positivos de emprego em todas as bases de comparação.
A análise regional mostra que, nos últimos 12 meses, houve fechamento de vagas em todas as regiões do país, com exceção do Centro-Oeste. As maiores perdas ocorreram no Sudeste (-5.956 vagas), seguido pelo Sul (-2.144), Nordeste (-940) e Norte (-318).
Mudança nas ocupações
Além da redução de pessoal, a análise revela mudanças estruturais nas ocupações bancárias. O crescimento das contratações se concentra em áreas de tecnologia e inovação, como analistas e programadores de sistemas, enquanto cargos tradicionais das agências, como gerentes administrativos e de contas, sofrem forte retração.
Outro ponto de preocupação é o impacto desigual das demissões sobre as mulheres. Cerca de 66% dos postos fechados em 2025 eram ocupados por trabalhadoras, o que reforça a desigualdade de gênero no setor, sobretudo diante da predominância masculina nas áreas de tecnologia.
Em relação à remuneração, o salário médio dos admitidos em 2025 foi de R$ 7.743,43, equivalente a 90% do valor médio dos desligados (R$ 8.589,85). Ainda assim, os rendimentos no setor continuam muito superiores à média nacional (R$ 2.286,34).
A diferença salarial por gênero e raça segue expressiva: mulheres negras recebem, em média, 55% do salário dos homens não negros na admissão e 58% no desligamento.
Os dados comprovam as denúncias frequentes do movimento sindical sobre as demissões frequentes no setor. Sem nenhum compromisso com o desenvolvimento do país, os bancos seguem com a política de buscar o lucro a qualquer custo, deixando bancários sem empregos e a população sem atendimento adequado.
Fonte: FEEBBASE
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