Bradesco fecha agências e amplia demissões em todo país

O Sindicato dos Bancários de Feira realizou na terça-feira (12/08) uma manifestação contra as demissões e o fechamento de agências do Bradesco, somando-se ao Dia Nacional de Luta da categoria, com mobilizações em todo o país. O protesto que aconteceu na Agência 3026 localizada na Av. Senhor dos Passos, ocorre em meio a um processo contínuo de reestruturação do banco, que intensificou, em 2025, sua política de cortes de pessoal e encerramento de unidades físicas. Só no primeiro semestre deste ano, mais de 2.400 trabalhadores foram desligados, segundo dados das federações sindicais.

 

Nos últimos cinco anos, o banco fechou mais de 25 mil postos de trabalho e 1.800 agências em todo o país, impactando diretamente o acesso da população aos serviços bancários, sobretudo em regiões do interior. Apesar disso, o Bradesco mantém lucros trimestrais expressivos, que, segundo o sindicato, estão sendo garantidos às custas de uma severa redução de sua estrutura física e humana.

 

A direção do banco justifica os cortes como parte de uma estratégia de “redução de custos” e adaptação ao atendimento digital. No entanto, a realidade mostra que a digitalização não supre todas as demandas dos clientes, especialmente nos casos que exigem atendimento presencial. Com menos agências e menos funcionários, os bancários enfrentam sobrecarga e os clientes, longas esperas e dificuldades para resolver questões mais complexas.

 

O discurso de modernização esconde um processo de desmonte. O Bradesco está retirando serviços essenciais da população, especialmente dos mais idosos e daqueles que vivem em áreas com menor acesso à internet.

 

Para os sindicatos, a postura do Bradesco revela uma contradição: mesmo com lucros altos, a instituição escolhe cortar gastos com pessoal e infraestrutura, penalizando tanto os trabalhadores quanto os consumidores. O movimento sindical promete intensificar as mobilizações para denunciar os impactos sociais dessa política de enxugamento.