NOTÍCIAS - 22/05/2025

Reforma trabalhista agrava perdas salariais

A reforma trabalhista de 2017, promovida pelo governo Temer, continua impactando negativamente as negociações entre patrões e empregados. A insegurança provocada pelas mudanças na legislação tem levado muitos trabalhadores a aceitar condições menos favoráveis, inclusive reajustes salariais que não cobrem nem a inflação.

Dados recentes do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que os acordos salariais firmados em abril apontam para um cenário de deterioração nas negociações coletivas. Apenas 67,7% dos reajustes analisados ficaram acima da variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). É uma queda expressiva em relação aos meses anteriores, quando esse índice se mantinha próximo dos 80%.

Fevereiro ainda foi uma exceção positiva, com aumentos reais em 90% dos acordos. Mas o panorama geral indica um enfraquecimento das conquistas salariais, agravado pelo fato de que 20% dos reajustes de abril ficaram abaixo da inflação, o maior percentual registrado desde agosto de 2022.

Embora o levantamento do Dieese considere, por ora, apenas 10% dos acordos de abril, os números já acendem um sinal de alerta. O momento exige mais do que atenção: é necessária uma mobilização efetiva dos trabalhadores e o fortalecimento da atuação sindical para garantir avanços nas campanhas salariais e barrar as investidas do setor patronal, que se aproveita do cenário econômico e das brechas deixadas pela reforma.

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