Bancos negam relação do adoecimento com as metas

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), inacreditavelmente, não reconheceu, em reunião com o Comando Nacional dos Bancários, nesta sexta-feira (25/04), em São Paulo, que o ambiente de trabalho nos bancos é o principal fator para o aumento das doenças psicossociais na categoria.
Presente na reunião, o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Elder Perez, afirmou ser uma argumentação falaciosa dos bancos. “Existem fatos objetivos e reconhecidos que causam o adoecimento: excesso de trabalho, cobrança permanente e exagerada por resultados, constantes mudanças na formatação e nas tecnologias de trabalho, contato com o público, além da falta de autonomia do trabalhador para gerir os próprios processos”.
Os números falam por si só. Têm crescido o número de bancários afastados por doenças relacionadas ao trabalho, sobretudo por transtornos mentais. Em 2024, representaram 55,9% dos benefícios acidentários na categoria e 51,8% do total de afastamentos previdenciários.
Questionada pelo setor empresarial, a NR-1, recentemente atualizada pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego, que determina que as empresas identifiquem, avaliem e controlem riscos psicossociais, também foi um dos assuntos debatidos na reunião.
Os sindicatos e a Fenaban se comprometeram a fazer uma manifestação pública formal ao MTE em apoio à NR-1. Outro assunto tratado foi a NR-17, que estabelece parâmetros para adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, promovendo saúde e bem-estar no ambiente laboral.
Cobrados, os bancos se comprometeram a apresentar, em até 90 dias, uma cartilha com orientações sobre o que caracteriza o assédio moral, a definição de um ambiente de trabalho saudável e como os bancários podem identificar e reagir a situações de violência.
O movimento sindical também se responsabilizou em elaborar uma proposta de cartilha com fluxo e orientação para os trabalhadores em caso de necessidade de afastamento por motivos de saúde. Também reivindicou acesso às informações das pesquisas internas feitas pelos bancos, a fim de subsidiar a sugestão de medidas preventivas com base em dados reais.
Fonte: SEEB - BA
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