Funcionários debatem saúde e fechamento de agências com o Itaú

Representantes dos funcionários se reuniram com a direção do Itaú nesta quarta-feira (5/2), para debater diversos temas de interesse dos trabalhadores. Foram duas reuniões seguidas, primeiro o Grupo de Trabalho (GT) de Saúde discutiu a questão das juntas médicas. Logo em seguida, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) debateu com o banco questões como fechamento de agências, sobrecarga de trabalho e os problemas do GERA.
Durante a reunião com a COE, o Itaú informou que fechou 227 agências em 2024. O número supera a média de fechamento de agência de anos anteriores (em média 200 por ano nos últimos anos). A medida interferiu no cotidiano de trabalho de 2.052 funcionários, sendo que 75,7% deste contingente foram realocados para outras unidades ou áreas de trabalho do banco.
Com relação aos postos de trabalho, segundo o banco, no ano passado foram contratadas 10.193 pessoas e demitidas 7.721.
Questionado sobre o critério para o fechamento de agências, o banco respondeu que é devido à baixa rentabilidade. A justificativa foi refutada pela representação dos bancários, pois o banco tem tido ganhos cada vez maiores. Em 2024, o lucro do Itaú chegou a R$ 41,4 bilhões, um recorde para os bancos brasileiros.
Na avaliação da COE, ficou claro que o Itaú vai continuar com a política de fechar agências, sem se preocupar como isso vai afetar a vida de clientes e funcionários.
PCR e GERA
Na reunião com o banco, a COE apresentou ainda uma proposta para que o Programa Complementar de Resultados (PCR) seja pago considerando as perdas que os bancários tiveram em relação ao reajuste da categoria e da pandemia de covid-19.
A COE também reivindica o debate sobre o GERA, que é o programa de remuneração variável do banco, em decorrência de diversos problemas, como o Score de Qualidade de Vendas (SQV), aumento das metas depois que passaram a ser trimestrais; metas não levam em conta a realidade da agência; Canal Fale com o Gera não funciona; espelhamento; demora na atualização da produção; Cartilha do Gera não tem clareza, ponderador; mudança das metas a todo momento; falta de readequação das metas do funcionário que sai de férias ou licença, dentre outros.
Além de apresentar os problemas ao banco, os representantes dos bancários ficaram de trazer propostas para a solução destas questões na reunião do GT (Grupo de Trabalho) sobre o programa, que será realizada ainda em fevereiro.
Para presidenta da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Andréia Sabino, a reunião teve uma pauta extensa porque há uma agenda grande com o Itaú e é preciso avançar e destravar as pautas para 2025. “SQV, GERA e a apresentação de mais um projeto piloto para área de saúde são algumas questões que, infelizmente, não foram resolvidas em 2024 e já começamos o ano cobrando mais rapidez pela parte do banco”, ressaltou.
A próxima reunião de negociação entre a COE e o banco ocorrerá no dia 26 de fevereiro.
GT Saúde
O GT Saúde Itaú também realizou reunião nesta quarta. No encontro, os representantes dos bancários apresentaram uma série de problemas que estão ocorrendo com as juntas médicas mantidas pelo banco para avaliar a saúde dos empregados, especialmente aqueles que se afastam para tratamento. Um levantamento feito nas bases de várias federações sindicais apontou que há falta de pagamento dos médicos, problemas de comunicação e a suspensão de complementação salarial dos funcionários.
O banco informou que as juntas médicas estão previstas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e serão mantidas, mas se comprometeu com a resolução dos problemas. Será criado um Grupo de Trabalho para padronizar o fluxo e sanar os problemas. As reuniões deste GT específico ocorrerão a cada 15 dias.
“Informamos ao banco as dificuldades que estamos tendo com relação a junta médica e solicitamos melhorias no fluxo de atendimento para com os sindicatos e com os funcionários convocados. Entendemos que esse é um momento delicado na vida do trabalhador e exige todo o cuidado por parte do banco”, afirmou Luciana Dória, diretora da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, que participou da reunião.
Durante a reunião, o Itaú apresentou ainda um programa novo chamado de Linha de Cuidado para os trabalhadores adoecidos. O banco informou também que vai realizar uma pesquisa entre seus funcionários para mensurar os riscos psicossociais, visando a melhoria da qualidade de vida e dos cuidados com a saúde do trabalhador. Em breve a pesquisa será divulgada aos trabalhadores.
Os representantes dos bancários vão acompanhar o programa, mas defendem que o mais importante é mudar a forma de trabalho, investindo em métodos de gestão que tornem o ambiente de trabalho mais saudável e menos adoecedor. Sem esta mudança, não adianta muito ficar criando programas.
Fonte: FEEBASE
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